
Em 20 anos trabalhando na mesma empresa, meu pai tinha a certeza de que esse era o único caminho para o sucesso, que trabalho não poderia ser sinônimo de prazer, mas sim de dinheiro. Quando estávamos prestes a entrar no mercado de trabalho, o Sr. Rocha não tinha dúvidas que seus filhos escolheriam o mesmo caminho que ele; aí nasceu o primeiro grande conflito da família. Meu irmão optou por fazer biologia, já eu, escolhi o jornalismo.
Posso dizer que na época foi uma grande decepção para o patriarca, ainda me lembro de suas palavras: “Vocês preferem optar por algo incerto, onde terão que começar do zero do que algo que já está pronto e só dar continuidade?”. Demorou muito para que conseguíssemos colocar na cabeça dele que cada pessoa tem suas preferencias e que devemos fazer aquilo que realmente nos satisfaz. Sei que não foi fácil meu pai aceitar, mas hoje, vejo que fizemos o certo a cada vez que ele nos agradece pela coragem de cortar esse ciclo.
Percebo que meu pai mudou e aprendeu muito conosco, como não moramos na mesma cidade, podemos matar a saudade em nossas conversas do WhatsApp e Skype. Tenho a convicção de que nada pode substituir o toque e o olho no olho, por isso, quando estamos juntos procuramos nos desligar do mundo virtual e viver aquele momento, o real. A tecnologia pode ser boa ou pode ser ruim, precisamos encontrar a dosagem certa, um ponto de equilíbrio.
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