Por Ana Claudia Rocha
Vivemos em um ritmo acelerado de novas tecnologias. No meio de tantas mudanças causadas por elas, observo alguns conflitos de gerações. Não preciso ir muito longe para encontrar as tais batalhas, posso perceber dentro da minha própria casa. Meu pai, nascido na década de 60, na geração conhecida como Baby Boomer, demorou a aceitar algumas ideias que eu e meu irmão, da geração Y, mostrávamos a ele.
Em 20 anos trabalhando na mesma empresa, meu pai tinha a certeza de que esse era o único caminho para o sucesso, que trabalho não poderia ser sinônimo de prazer, mas sim de dinheiro. Quando estávamos prestes a entrar no mercado de trabalho, o Sr. Rocha não tinha dúvidas que seus filhos escolheriam o mesmo caminho que ele; aí nasceu o primeiro grande conflito da família. Meu irmão optou por fazer biologia, já eu, escolhi o jornalismo.
Posso dizer que na época foi uma grande decepção para o patriarca, ainda me lembro de suas palavras: “Vocês preferem optar por algo incerto, onde terão que começar do zero do que algo que já está pronto e só dar continuidade?”. Demorou muito para que conseguíssemos colocar na cabeça dele que cada pessoa tem suas preferencias e que devemos fazer aquilo que realmente nos satisfaz. Sei que não foi fácil meu pai aceitar, mas hoje, vejo que fizemos o certo a cada vez que ele nos agradece pela coragem de cortar esse ciclo.
Percebo que meu pai mudou e aprendeu muito conosco, como não moramos na mesma cidade, podemos matar a saudade em nossas conversas do WhatsApp e Skype. Tenho a convicção de que nada pode substituir o toque e o olho no olho, por isso, quando estamos juntos procuramos nos desligar do mundo virtual e viver aquele momento, o real. A tecnologia pode ser boa ou pode ser ruim, precisamos encontrar a dosagem certa, um ponto de equilíbrio.
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