quarta-feira, setembro 24, 2014

Meu pai fez Facebook. E agora?

Por Alexandra Ittner

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Difícil imaginar uma vida sem as redes sociais, não é mesmo? Já estamos tão habituados a acessar o Facebook, Twitter, Instagram, e outras tantas mídias ao qual estamos rodeados. Pois é, só de pensar que as gerações anteriores ainda não disponham de tais tecnologias que hoje circulam em nosso dia a dia, dá até um nó na cabeça de supor como era feita a comunicação naquela época. Afinal, hoje a globalização trouxe a facilidade em estabelecer contato entre os seres humanos.



O mundo gira e a necessidade bate a porta. Nossos pais e avós descobriram as vantagens da internet e a incluíram na sua vida. Cada vez é mais comum notarmos perfis de pessoas acima de 40 anos em rede. Entretanto, eles ainda apresentam dificuldade ao compreender o contexto ao qual se inseriram e, para isso, costumam buscar nos mais jovens, a aprendizagem para poder levar seus anseios adiante. E é justamente essa a situação que vou relatar.

Meu pai, um senhor de 54 anos, certa vez decidiu que queria fazer um Facebook. Até aí tudo bem, afinal, que problema isso implicaria? Enganei-me. As dúvidas começaram logo no cadastro da rede social. "O que eu coloco aqui?", "Porque está me pedindo isso?". Com toda paciência, sentei-me ao lado dele e expliquei. Chegamos ao final do cadastramento com sucesso. Primeira etapa - ok.

Com o perfil pronto para uso, pensei que não haveriam mais conflitos entre a criação de Zuckenberg e meu pai.  Ledo engano, novamente. As perguntas começaram a surgir e até mesmo eu fiquei confusa com algumas colocações. Como sabia que a noite iria ser longa, confortei-me na cadeira e fui passo a passo, explicando para ele como cada item funcionava dentro daquele novo mundo o qual agora ele estava inserido. Escolhemos uma foto de perfil, adicionamos amigos, mandamos mensagens para parentes, criamos um álbum, ou seja, exploramos cada canto.

Ao final, estávamos os dois rindo e se divertindo, e inclusive eu descobri novos recursos que a rede proporcionava. Aquele homem que tanto me ensinara, hoje pedia minha ajuda para atividades que a sua geração não teve o prazer de conhecer. Normal. Provavelmente quando eu estiver na casa dos 50, também terei de pedir auxílio para os mais "atualizados". É assim que a vida funciona. E de geração em geração, ensinamentos são repassados.

Por fim, dei um abraço no meu pai e disse-lhe que iria dormir. Ao passar pela porta, ele me chama, e com um amplo sorriso no rosto, comunica: semana que vem você vai me ajudar com o WhatsApp! Ele riu. Eu suspirei.

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