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Tive uma infância tranquila. Lembro que a Internet já existia mas não era algo que fazia parte da minha vida. Naquela época, por volta de 1998, minha única preocupação era brincar de boneca, receber amigos em casa ou me divertir nos parques do shopping. E foi neste ano que algo inovador chamou a minha atenção.
Meus pais chegaram em casa com o primeiro aparelho celular, com conta, e da TIM. Hoje percebo que desde essa época a tecnologia, de uma certa forma, sempre fez parte da minha vida, apesar do pouco contato durante a infância. Meu pai, muito intelectual e conservador, sempre preferiu me levar à Biblioteca Pública, no Cemitério de Gatos, no parque do Mc Donalds ou dar voltas e voltas de bicicleta pelo bairro da Fortaleza.
Meu primeiro contato com a Internet foi na escola, em 2001. Diversos computadores foram colocados à disposição dos alunos e rolava uma brigada enorme de quem iria sentar no lado do mouse ou quem utilizaria o teclado, pois o número destes equipamentos era suficiente apenas para aprendermos em duplas.
Em 2004 surgia uma das primeiras redes sociais: o Fotolog. Logo após era possível criar uma conta no Orkut, interagir através de Scraps, comunidades e depoimentos. E as novidades não pararam por aí. Foi em 2005 que eu ganhei o meu primeiro computador. Lembro que era com Windows 98 e muito lento. A Rede Mundial de Computadores, que na época era discada, não ajudava em nada. Demorava pra abrir os sites e por conta desta lentidão eu quase ficava doida com tanta demora. E eu só tinha 11 anos.
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Essa geração que estamos inseridos não deixa passar nada. Poucos aqueles que mal possuem um e-mail ou uma conta nas redes sociais e as acessam diariamente. Com todas essas interações acho injusto alguém chegar com razão e condenar uma geração que acompanha tanta coisa ao mesmo tempo e se torna impaciente por tão pouco. A maioria dos meus colegas que possuem a mesma idade que eu não suporta esperar, são individualistas, não gostam muito de dividir as coisas e acham que conseguem resolver tudo sozinhos (claro que me incluo nessa turma).
Por isso que a maioria dos formadores desta geração são assim. Sempre tivemos um celular só nosso. um computador pra chamar de meu. E as próprias redes sociais, que possuem senhas e ninguém mais tem acesso. Não condeno as minhas, ou as nossas, atitudes. Vivemos num mundo em que isso é completamente normal. Por isso ficamos pouco tempo em uma empresa, somos tão diferentes de nossos pais e chefes e conseguimos fazer mil coisas ao mesmo tempo. Crescemos e aprendemos a mexer nessas "coisas" sozinhos. Poucos aqueles nos ajudavam. Por conta destes detalhes, pouco percebidos, é que a evolução da tecnologia contribuiu (e muito) para que a geração Y fosse assim: tão independente!
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