Entre a vida e a profissão no mundo 2.0

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Não é difícil encontrar pessoas em bares e restaurantes espiando rapidamente o celular, respondendo alguma mensagem ou e-mail, tirando uma foto da comida ou até mostrando algo aos colegas. A tecnologia invadiu nossas vidas de forma que dificilmente conseguimos nos separar dela. 

A parte boa é que a tecnologia, mais especificamente a internet, tem aproximado pessoas e lugares. Não importa onde esteja, as redes sociais aproximam tudo e todos. Por outro lado, nossas preocupações também se aproximam. Nosso e-mail profissional sincronizado com o smartphone nos acompanha o dia inteiro. Claro que o mesmo acontece com o lazer. Temos nossas músicas, jogos e aplicativos sempre por perto. 

Consequência do estilo de vida das novas gerações, vivemos em contante mudança e aceleração do tempo. As novas tecnologias tem relação direta com isto. Vivemos fazendo tudo ao mesmo tempo, porque estamos conectados à tudo. 

É irônico pensar que a tecnologia tem como objetivo facilitar e diminuir o tempo de trabalho. Mas, nosso desassossego em vez de limitar nossos afazeres, nos faz buscar cada vez mais a fazer. Pedimos férias todo dia, mas não ficamos sem olhar nosso e-mail ou rede social.

Particularmente, não gosto quando estou num bar com amigos e alguém passa a dar mais atenção para o aparelho em suas mãos do que para o ambiente ao seu redor. Mas, é estranho pensar que ao mesmo tempo que este alguém esteja deixando de vivenciar o momento, está transportando este momento (ou não) para outra pessoa, longe dali.

O mesmo acontece com o trabalho. Não importa se estamos perto ou longe do espaço físico do escritório, com um smartphone, sempre está próximo. Somos profissionais mais ativos por isto? Pode ser que sim da mesma forma que pode ser que não. Depende da responsabilidade que lidamos com as ferramentas que estão disponíveis para nós.

Há quem acredita que os profissionais 2.0 não são tão atentos quanto os antigos profissionais. E por este motivo, a responsabilidade é um importante fator para a diferenciação. Em um mundo 2.0, precisamos saber quando é a hora de lazer e quando é hora de trabalhar. Como dizia o Titãs: é preciso saber viver.

Por William Westerkamp