terça-feira, novembro 19, 2013

É permitido pisar na grama

Espaços para "pisar" na grama: boa convivência social e familiar
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Recordo-me de situação ocorrida por volta de meus cinco anos de idade quando, recém-alfabetizado, adentrei ao gramado do paço municipal de uma pequena cidade do Alto-Vale do Itajaí para ler, por curiosidade infantil, uma pequena placa em meio ao jardim. Sob o vigilante olhar do guarda local, impregnava-se a inscrição de uma das primeiras ordens apreendidas em minha vida social: “proibido pisar na grama”.



Não fosse o paradoxo da quase hilária aventura infantil, a recordação traz nos dias atuais algumas implicações sobre as funções dos gramados em praças urbanas. Afinal, precisamos apenas de canteiros em bifurcações e rotatórias para fins de ornamentação ou carecemos de mais espaços para “pisar” na grama e viver como se nossa cidade fosse um grande parque público?

Canteiros e rotatórias são suficientes como espaço de lazer?
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A recente adesão da população ao gramado do Parque Ramiro Ruediger em Blumenau mostra que as pessoas querem mais do que simples adereços floridos que, também por mérito, ostentaram por longa data a marca de cidade jardim do nosso município.

Todos querem também um espaço para o lazer de sua família ou de encontro com os amigos. É a prova de que todos nós necessitamos deste convívio social, aproximando-nos das diferenças de um mundo plural, mesmo que preservados nossos saudáveis e particulares hábitos cotidianos.

Parque Ramiro Ruediger conquista moradores de Blumenau
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Ao exemplo de grandes centros onde a população já elegeu os parques públicos como principais locais de lazer pessoal, Blumenau também pode começar a resgatar uma dívida antiga com a população, planejando o uso dos espaços urbanos com a previsão de mais áreas abertas, livres e gratuitas, antes que elas desapareçam.

É a possibilidade de troca de uma vida motorizada pelo agradável convívio público, mesmo que em reservados momentos de ócio. Afinal, o que está em jogo é o ser humano, valor principal de nossa cidade.

Por Arnaldo Zimmermann

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