quarta-feira, agosto 28, 2013

Os jogos (eletrônicos e da vida)

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Em toda a minha vivência não posso dizer que experienciei um conflito entre as gerações baby boomers, X, Y e Z. Porém, presenciei alguns em meu antigo emprego.

Morei por um ano em Florianópolis (SC) e trabalhei em uma empresa de desenvolvimento de jogos eletrônicos. Minha função era a de suporte técnico, mas devido à área de atuação da empresa, tive bastante contato com todos os setores. Por se tratar de uma empresa focada na produção de jogos eletrônicos, a principal mão-de-obra era recrutada na geração Y, ou seja, pessoas jovens e ansiosas por subir na carreira. Homens e mulheres com muitas ideias, sonhos e desejo de criação.

Mas as pessoas responsáveis pelo alto escalão eram de uma geração diferente: a X. Com uma mentalidade restrita ao formato hierárquico, com uma visão menos abrangente e objetivos claros de avanço em mente, a relação entre os chefes e subordinados era sempre carregada de tensão. Apesar do ambiente amigável, havia sempre um ruído quase imperceptível nas reuniões e tomadas de decisão.

Por último, havia os baby boomers. No caso da empresa, eles eram os investidores. Pessoas mais velhas que tinham acumulado recursos ao longo da vida e tinham um objetivo simples: sucesso. As relações entre os investidores (baby boomers) e os diretores (geração X) eram interessantes de se observar, pois havia um exercício de convencimento. A geração X precisava convencer a geração dos baby boomers de que a geração Y – os jovens sedentos por ascensão profissional – dariam conta do recado. O problema acontecia quando o convencimento não tinha sucesso. Ou, quando o sucesso da Y ameaçava ofuscar a X que, por conseqüência, criava uma nova briga.


Felizmente, não tive conflito com outras gerações, como meu superior direto – que era da geração X enquanto eu era Y. Após voltar para minha cidade natal, Blumenau (SC), pude perceber que em qualquer ambiente de trabalho há um jogo constante de poder em que uma geração tenta estabelecer sua autoridade. Em alguns casos, como na empresa onde trabalho atualmente, esta “briga” pode ser saudável: ela gera renovação e sabedoria para ambas as partes envolvidas. Mas, como percebi no meu antigo emprego, nem sempre o conflito é saudável. 

Por Bruno Stolf

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