sexta-feira, agosto 30, 2013

Além do conflito de gerações: o processamento da informação como mediador da dimensão temporal


Experiência e Inovação podem ter compassos semelhantes

A ênfase na urgência conferida nos tempos atuais não é algo exclusivo das práticas “multi” operacionais das novas gerações. Se observarmos a linha histórica do surgimento e das sobreposições das novas tecnologias ao longo dos tempos, podemos perceber que há uma razoável dicotomia entre a frequência do que produzimos e a frequência em que recebemos novos conhecimentos.


O lapso temporal para que um novo conhecimento tome forma está intrinsecamente relacionado ao ritmo que administramos nosso tempo dentro da rotina periódica de nossas mais básicas atividades. Ao lermos um jornal impresso durante o demorado café da manhã, nosso ritmo de apreensão e retenção do conteúdo será distinto daqueles momentos em que lemos as notícias em um smartphone em plena via urbana, em um exemplo mais comum. 

Mas essa ótica, embutida em uma concepção estritamente vertical, difere quando surge a necessidade de compartilhamento do conhecimento produzido dentro de um grupo de indivíduos com cultura baseada na pró-atividade, que nasceram e cresceram interligados dentro de interações mútuas, síncronas e predominantemente horizontais. É exatamente nesse contexto que o risco de exposição do habitual conflito de gerações torna-se iminente. 

Para atenuar possíveis dificuldades de enfrentamento de situações entre gerações anteriores (geração Baby Boomer e geração X) e gerações emergentes (geração Y e a recém-chegada geração Z), é importante considerar que nem sempre a diferença de ritmo no uso das novas tecnologias significa diferença no ritmo de processamento do conteúdo apreendido. Integrantes de qualquer geração são passíveis da dotação de capacidade em enxergar soluções para problemas dentro de um mesmo parâmetro de velocidade, independentemente dos recursos e das ferramentas que o mesmo utilizou para nortear tais decisões.

Dessa forma, entra em cena a convergência das gerações, suplantando quaisquer conceitos de incompatibilidade entre esses universos, já que, sob a luz da manipulação do conhecimento adquirido, tal convergência aproxima o compasso da experiência com o compasso da inovação. E é nesse cenário que novas possibilidades apenas começam a emergir.

Por Arnaldo Zimmermann

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