quarta-feira, setembro 26, 2012

Gerações Babyboomer, X, Y e Z: classificação justa?


O ser humano procura classificar seus semelhantes em grupos.  Procura-se pela referência; saber em que ponto se está em meio à multidão. Sempre que se tem uma nova variável introduzida na sociedade, o desejo de classificação aflora novamente. Em uma sociedade em transformação constante como a nossa, é natural que nos sintamos perdidos e queiramos nos classificar.

Ancorados em nosso desejo, profissionais de comunicação buscam por respostas. E aí aparecem termos de “especialistas”, que criam o conceito de geração que aparece na mídia. Fala-se dos babyboomersgeração X, geração Y e da geração Z, como divisores entre tipos de pessoas com traços de personalidade em comum pelo mero fato de compartilharem uma mesma faixa etária.

Pretende-se dizer que esses grupos têm um mesmo padrão de comportamento em relação às suas ambições profissionais e até pessoais, assim como sua relação com a tecnologia.

É completamente preconceituosa essa generalização, que desconsidera o fato de, em todo e qualquer tempo, pessoas terem níveis diferentes de relacionamento com a transformação, a novidade.

É muito óbvio que adolescentes têm a mente mais ágil. Mas esse fator não é algo que esse ou aquele “progresso” tenha afetado. Sempre foi assim.

Também existem as exceções: Quem não conhece aquela criança apaixonada por antiguidades, pelo selvagem e pelo bucolismo? Quem não tem em sua família aquele tiozão aficionado pelas novidades daquela grande marca de computadores?

No decorrer de minha vida tenho testemunhado a falha dessa classificação: minha mãe é uma senhora que adora computadores, procura atualizações para aprimorar seu site, aprendeu a programar aos 50 anos sozinha, completamente autodidata e ligada às novidades. Conheço pessoas de 40 e de 20 anos com o mesmo perfil, assim como já vi muitos adolescentes de 18 anos com intensa dificuldade de assimilação em frente ao desconhecido.

Para a venda de programas de TV, jornais e revistas, o tema “gerações” é ótimo. Porém, a realidade não é esta e é necessário não se deixar levar pela alegoria em prol de uma visão despida de preconceito.

Por Paula C. Laun

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