segunda-feira, setembro 19, 2011

Reprise de uma tragédia

Por Guilherme Lemos

Era quarta-feira, feriado de 7 de setembro. As autoridades de Blumenau já estavam a postos para o pior, e nada da chuva parar. Já na quinta-feira, dia 8, chegando na redação do Jornal Folha de Blumenau, soube de tudo o que estava acontecendo. O Rio Itajaí-Açu já tinha passado dos 7 metros, e a cada hora subia cerca de 30 centímetros.

Tínhamos que fechar a edição digital do jornal, e todas as matérias que estavam previstas para serem publicadas caíram para noticiar as condições que Blumenau se encontrava. Algumas ruas já estavam alagando, pessoas já estavam em alerta. Pessoas inclusive que trabalham no jornal estavam preocupadas com suas casas.

Perto do meio dia o rio estava em 9 metros, e a redação da editora fica num local mais alto, entre o Santa Clara Veículos e o Posto Almirante. Mas se começasse a encher a parte de baixo da rua, ficaríamos ilhados. Fechamos a edição do dia, publicamos, e ficamos em alerta na medição do rio e colocávamos no Twitter do jornal. Em torno de 14h, éramos em três: eu, o editor chefe e o gerente executivo um olhando para o outro nos perguntando se deveríamos ir embora. Mas chegou um momento que a situação estava tão crítica, que poderia terminar a energia elétrica a qualquer momento. Então decidimos ir para casa, sem deixar de atualizar o plantão do site e as redes sociais.

O plano inicial era deixar quinta-feira terminar e sexta-feira depois do almoço ir para a redação. Mas o rio não parava de subir, e a editora estava ilhada. Então combinamos de sair pelos arredores de onde morávamos para ver como estava a situação e postando no Twitter as fotos, em tempo real. Foi o que fizemos o dia inteiro. Quando recebemos a notícia de que o rio só iria baixar a partir de meia noite de sexta para sábado, decidimos fechar o jornal impresso no sábado depois de meio dia. E foi isso que fizemos. Ficamos de 11h até 4h da manhã de domingo fechando a edição.

Enquanto estávamos na redação, o rio já estava baixando, mesmo que lentamente, aliviando todos os Blumenauenses, que no dia seguinte já colocaram a mão na massa para limpar a cidade.

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