quarta-feira, outubro 26, 2011

Convergência Midiática: o jornalismo adaptado a internet

Em pouco mais de 20 anos o mundo do jornalismo mudou. Os suportes para as ferramentas que produzem informação deram um salto. As novas tecnologias a serviço do jornalismo são imprescindíveis. Com a convergência midiática a TV, o Rádio e o Jornal Impresso foram parar em apenas um suporte: a internet. E todas essas ferramentas que utilizam uma ou mais mídias exigem novos procedimentos e narrativas para conseguir elaborar e disseminar conteúdo. Isso traz novas oportunidades de negócios.

Com isso, a função jornalista mudou. Há vinte anos era moda se especializar em apenas um tipo de veículo, não que hoje isso esteja errado, mas agora o profissional precisa ser capaz de produzir material informativo em texto, áudio, vídeo, fotografia. Enfim, todas as ferramentas capazes e explorar a tecnologia disponível a seu favor. E em muitos casos, precisa fazer isso simultaneamente. A convergência não é apenas a transposição de um formato para outro, a linguagem é uma questão que também precisa mudar. Afinal cada meio tem a sua peculiaridade. O jornalista precisa dar sentido a tudo aquilo que pública na web e criar mecanismo para fidelizar o leitor/internauta.

Henry Jenkins é o criador desse conceito convergência midiática. Segundo ele, essa é a forma, ou melhor, a tendência com que os meios de comunicação estão aderindo para poder se adaptar a internet. Em seu livro, A Cultura da Convergência, Jenkins escreve que a ideia da convergência midiática serve para traduzir as mudanças nas formas de relacionamento do público com os meios de comunicação. Ele observa ainda que, por enquanto, estamos experimentando esta reconfiguração através da nossa relação com a cultura popular e o entretenimento comercial. Jenkins propõe ainda que, no futuro, as habilidades adquiridas nesses processos apresentarão implicações consideráveis no modo como aprendemos, trabalhamos, participamos de processos, etc.

Esse conceito desenvolvido por Henry Jenkins nos leva a uma pergunta: Essa mudança das mídias tradicionais para a internet é o recente jornalismo em tempo real? É difícil responder. Nenhum pesquisador ainda definiu ao certo que é. Alguns chamam de Webjornalismo, Jornalismo Digital, Jornalismo Online, outros de Jornalismo Eletrônico, Jornalismo de Internet. E todos esses termos têm significados que se confundem de acordo com a interpretação de cada autor.

Mas, é possível notar que essa expressão Jornalismo em Tempo Real é uma figura de linguagem utilizada para associar a proximidade da instantaneidade com que a informação que é transmitida, do momento em que ocorre o fato a ser noticiado ao momento em que chega aos receptores, sejam eles leitores, telespectadores ou ouvintes. O jornalismo em tempo real não necessariamente precisa de comunicação mediada por computadores. Mas, em sua maioria encontra-se na internet, pela interatividade disposta ali. E essa integração facilita muito a vida de quem busca a informação. Porque ao mesmo tempo em que ele lê, ele pode assistir, ouvir e ainda compartilhar.

Entretanto, tanta facilidade de publicar conteúdo na web e fazer essa convergência entre as três mídias tradicionais, tem criado no jornalismo grandes desafios, principalmente quanto a relação ética. A instantaneidade é a principal característica da web. Mas não podem ser esquecidas as lições básicas de se fazer jornalismo, como a de se checar as informações enviadas. A pressa leva a graves deslizes éticos. Não foi difícil verificar informações equivocadas, dados publicados sem a devida apuração ou o uso de informações falsas enviadas pelos internautas, igualmente sem a devida verificação. Um bom exemplo foi o portal UOL, maior da América Latina., que publicou uma montagem enviada por um leitor.

"O compromisso fundamental do jornalista é com a veracidade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação” - Artigo 4º do Capitulo II do código de ética.

Erivelton Schmidt
Fotos: Divulgação

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