domingo, setembro 18, 2011

Enchente em Blumenau atinge a Polícia Militar

Blumenau é uma cidade marcada entre tantos outros fatos pelas enchentes. Ao longo de sua história, enxurradas e enchentes vão fazendo parte da história do povo que mora na cidade.

Nas enchentes de Blumenau muitos fatos chamam a atenção, um deles é a questão de órgãos de segurança pública serem os primeiros locais a serem alagados. O Corpo de Bombeiros Militar (CBM), na Rua Sete de Setembro, Centro e o 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Rua Almirante Tamandaré, bairro Vila Nova tem na suas histórias registros das enchentes. Não bastassem esses órgãos, que são construções antigas a nova delegacia regional está sendo construída em uma área onde a cota de enchente é baixa, na Rua Humberto de Campos, Vila Nova.

Aproximadamente há dez anos o 10º BPM tenta mudar de endereço para empresa Lancaster, no bairro Velha, que deve impostos ao governo. O batalhão se mudaria para lá e em troca a empresa ficaria livre da dívida.

Enquanto isso não acontece, a Polícia Militar (PM) de Blumenau sofre com as enchentes. Quando o rio começa a subir os policiais se dividem entre atender a população que precisa de auxílio e a retirar os materiais da unidade.
10o Batalhão de Polícia Militar
Na última enchente, 08 de setembro, a cena se repetiu. Pela manhã os policias começaram a levantar todos os móveis e equipamentos. As viaturas foram levadas para a sede da 7ª Região de Polícia Militar (RPM) que fica junto à estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), na Rua Braz Wanka, bairro Vila Nova, em Blumenau.

À tarde, ainda do dia 08, com a previsão de que o rio Itajaí Açú atingisse 14 metros, veio a nova ordem do comandante do 10º BPM, tenente coronel Cláudio Roberto Koglin: retirar tudo que fosse possível.

Equipamentos menores como computadores e impressoras foram levadas aos pisos superiores da Central Regional de Emergência (CRE), que fica junto a estrutura do 10º BPM. O que não coube lá, por falta de espaço, foi colocado em caminhões.

Do dia 8 ao dia 12 a PM ficou instalada na 7ª RPM. A sala de situação, a reserva de armamentos, alojamento para os policiais que ficaram de prontidão e até a CRE, que recebe as chamadas do 190, tiveram que se alojar na regional.

A CRE ficou com o atendimento comprometido, muitos programas não acessaram e os policiais tiveram recorrer ao papel para registrar as ocorrências. O serviço de rádio comunicação com outras cidades também ficou comprometido pela falta de energia de onde era a sede da CRE, o 10º BPM.
 
Batalhão coberto pela lama
O rio atingiu o nível máximo, 12m60cm, e no batalhão da PM a água chegou a um metro e meio em alguns pontos. Depois que a água baixou, restou a lama e o prejuízo, calculado em R$ 200 mil pelo comandante Koglin.

No sábado, 10, pela manhã, os policiais iniciaram a limpeza da unidade. Foi preciso auxílio do caminhão de água do corpo de bombeiros e do caminhão pipa da prefeitura para retirar o grosso da lama, que cobriu as seções, cozinha, pátio, oficina, simplesmente tudo do batalhão.

Na segunda-feira, 12, a limpeza continuou, foi preciso higienizar as salas, móveis e equipamentos. Os materiais perdidos foram colocados na quadra do batalhão. Uma pilha enorme, incluindo muitos materiais de bingo e jogo do bicho apreendidos nos últimos dois anos pela Polícia Militar.

União também foi o que marcou os policiais nesse período, assim como tantas outras pessoas que ajudaram na limpeza da cidade. Havia policiais de folga e até de férias que vieram para auxiliar.

O empenho de todos os policiais foi importante, seja no patrulhamento da cidade, ajudando diretamente a população, atendendo os chamados do 190, na limpeza do batalhão ou fazendo a alimentação para o grande grupo.

Agora resta saber até quando a faxina vai durar, visto que há rumores de que em outubro a cidade sofrerá com mais uma enchente.

Assista a enchente que atingiu o bairro Vila Nova, onde fica o batalhão da PM.



Por Karin Bendheim
Fotos Karin Bendheim e Noé Fagundes

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