Por Daiani Caroline Coelho
Em 2010, a internet e as redes sociais tiveram um papel mais relevante nas eleições brasileiras. Porém, pelo menos no Brasil, ninguém venceu na rede. Nenhum candidato foi capaz de causar uma mobilização e engajamento como o Barack Obama EUA, em 2008. Apesar disso, muitos candidatos geraram conteúdo e tiveram uma participação significativa nas mídias sociais.
Uma busca nessas mídias mostra a inclusão dos políticos na rede e como alguns conseguiram mais destaque entre as menções dos usuários, recebendo elogios ou até mesmo críticas. Dilma Rousseff, por exemplo, contratou Marcelo Branco, para coordenar as campanhas nas redes sociais. O grupo que coordenou a campanha de Dilma era formado por profissionais que participaram, inclusive, da campanha de Obama para a presidência dos Estados Unidos.
A proposta do grupo foi, primeiramente, explorar o perfil que, a então candidata à presidência, já possuía no Twitter, o @dilmabr. A principal estratégia foi disponibilizar na rede o máximo de informações sobre o que Luiz Inácio Lula da Silva, representando o PT, realizou nos oito anos em que esteve à frente da presidência da república.
Esse uso do Twitter durante a campanha eleitoral também gerou algumas brincadeiras na rede. No início de setembro do ano passado, quase dois meses antes das eleições, o Twitter foi palco da hastag #DilmaFactsByFolha. Em tradução livre, “factóides da Folha sobre Dilma”. Durante alguns dias, usuários da rede inventavam manchetes para a Folha atacar Dilma. Mas, essas sugestões eram na verdade, brincadeiras, muitas vezes irônicas.
O mais impressionante é que o #DilmaFactsbyFolha foi a hashtag mais mencionada no Twitter brasileiro, chegando a estar entre as mais mencionadas inclusive no mundo, no dia 05 de setembro. Foram milhares e milhares de sugestões dos usuários do Twitter para a Folha.
Outro fato que também gerou bastante polêmica no Twitter durante a campanha de Dilma Rousseff foi a mobilização que os apoiadores da candidata fizeram na rede. Nos dias 14 e 15 de agosto, os internautas fizeram uma campanha para combater a fama de “guerrilheira” associada ao passado da candidata petista.
A mobilização foi uma resposta à reportagem que saiu na revista Época na edição de agosto de 2010, que estampou a foto da ficha de Dilma no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), órgão que era responsável por reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime.
Essa imagem foi divulgada pelos apoiadores de Dilma no Twitter. Alguns usuários sugeriram que todos que apoiavam a sua candidatura substituíssem seus avatares na rede pela imagem de Dilma disponibilizada pela revista na internet. O "tuiteiro" @BetoMafra, por exemplo, convidou Marcelo Branco a se juntar ao movimento, enviando o link com a imagem que deveria ser colocada no lugar do avatar.
Marcelo Branco aceitou a sugestão e, no dia 15 de agosto de 2010, "tuitou" o mesmo link incentivando seus seguidores a fazerem o mesmo.
De acordo com a ferramenta Topsy, que aponta o número de tweets que contém um mesmo link, cerca de 180 mensagens foram postadas no Twitter em apenas um dia com o link para a mesma imagem de Dilma. Alguns perfis oficiais da campanha da petista também aderiram ao movimento e passaram o dia "tuitando" mensagens positivas sobre a atuação de Dilma nos movimentos contra o regime.
Fotos: Google Images
Nenhum comentário:
Postar um comentário