Matéria originalmente postada em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/fico-com-a-imagem-de-sua-alegria-diz-marina
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Marina Silva (Joel Silva/Folhapress) |
Com a voz embargada e semblante de tristeza, ela citou nominalmente a mulher e os cinco filhos de Eduardo Campos e afirmou que, nos últimos dez meses de convivência, "aprendeu a admirá-lo, respeitá-lo e a confiar em seus ideais de vida".
Marina não fez nenhuma menção sobre a possibilidade de assumir a candidatura do PSB à Presidência no lugar de Campos. Pelas regras eleitorais, o PSB tem dez dias para comunicar um novo nome, que terá de ser chancelado em nova convenção partidária.
Nos próximos dias, serão prestadas as devidas homenagens a um homem público que contava com a estima de pessoas em todo o espectro político. A campanha eleitoral começa a esquentar na semana que vem, com o início do horário gratuito de rádio e televisão.
Simbolicamente, Marina Silva, vice na chapa de Campos, é a escolha natural para ocupar a vaga. A estratégia eleitoral de Campos e Marina os colocava em pé de igualdade, como fiadores de um suposto “novo modo” de fazer política cujo propósito seria o de romper a polarização entre PT e PSDB.
Politicamente, as coisas não são tão simples. Marina filiou-se ao PSB no limite do prazo para não ficar fora das eleições deste ano, depois que sua Rede Sustentabilidade não conseguiu o registro na Justiça Eleitoral.
Marina saiu das eleições de 2010 com um patrimônio de quase 20 milhões de votos. Não havia conseguido até agora transferir esse cacife para Campos, e a repetição do resultado nas eleições deste ano também não é automática. Mas não há por que supor que ela encolheria a ponto de apresentar uma votação menor do que a que Campos já parecia capaz de angariar. Com ela na disputa, a ocorrência de um segundo turno continua sendo tão ou mais provável que antes.
A morte de Eduardo Campos faz a corrida eleitoral voltar ao ponto zero.
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