quarta-feira, novembro 20, 2013

Todo dia é dia – O Exercito de Salvação e sua "guerra" pela solidariedade

Foto: Wikipédia
Todo ano em muitas cidades no mundo é a mesma rotina. Um cidadão uniformizado, um caldeirão vermelho e um sorriso nos lábios. La está na rua mais um soldado do Exercito de Salvação travando a “guerra” em favor de quem mais precisa. A corporação não só apenas é responsável por dar a muitas pessoas um natal melhor, mas é uma das marcas desta época, onde seu trabalho de caridade praticamente duplica e a missão se torna questão de satisfação para a alma de seus soldados.



O nascimento da instituição foi por ação do casal William e Catherine Booth em 1865. Eles transformaram uma simples missão cristã em uma verdadeira corporação em nome do bem. No entanto a missão dos Booth era muito mais do que levar ensinamentos cristãos aos pobres, mas também dar a eles um conforto maior nos rígidos invernos britânicos. A filosofia do pastor William se baseava em uma filosofia de três -S: Primeiro a sopa, depois o sabão e por fim a salvação.

O casal Catherine e William Booth. Foto: Divulgação
Seus primeiros beneficiados eram viciados, alcolatras e prostitutas dos "buracos" da capital inglesa. Curiosamente, a atuação do Exercito era fortemente criticada pelos donos de tavernas e bares, que reclamavam da perda de sua clientela convertida.

No Brasil, a organização chegou por iniciativa de David e Stella Miche em 1922 no Rio de Janeiro. Assim como nos outros tantos países o Exercito de Salvação se dedicou a atender os casos mais críticos de miséria e desamparo das classes menos favorecidas. Hoje, o trabalho da corporação se divide em várias frentes, tanto na promoção pessoal quanto na educação, assistência social e doutrina segundo os credos da Igreja Metodista.

O caldeirão. Foto: Salvation Army of Chillywack
Além do caldeirão, marca registrada de seus soldados ao pedir donativos nas ruas, outras três características referenciam este trabalho, sobretudo no natal, onde suas ações tomam um maior impulso. Em primeiro lugar a hierarquia da instituição, semelhante a de uma corporação militar. O posto mais alto é o de General, onde apenas uma única pessoa é a comandante geral de todo o grupo no mundo.

Os bazares também são importantes para a manutenção dos trabalhos do Exercito de Salvação. O Programa de Bazares Beneficentes da instituição recolhem doações de moveis, eletrodomésticos, eletro-eletrônicos e roupas em bom estado para revenda. Toda a renda arrecadada é revertida aos programas assistenciais mantidos pela corporação. Detalhe, a propaganda destes bazares é simplesmente de "boca-a-boca". Por fim, as tradicionais bandas de metais que os corpos (denominação para as igrejas/quartéis do Exercito de Salvação) montam para o auxilio musical das reuniões do grupo.

São 148 anos de atividades em todo mundo, 91 apenas no Brasil. Um trabalho admirado até hoje por muitos e necessário aos que precisam de uma mão amiga nestes dias duros nas grandes cidades. É nestes casos que, com abnegação e altruísmo, estará lá um soldado do Exercito de Salvação.
E no natal, a lembrança de ajudar o próximo é ainda mais forte em seus membros, que vão as ruas em busca de donativos para ao menos fazer quem precisa passar um final de ano sem a sensação de solidão das vielas e buracos das metrópoles.

Fica o conselho, se nestas andanças você ver o caldeirão do Exercito de Salvação deixe uma moedinha, desde que não vá lhe fazer falta. Ajude-os, ou você ainda acredita em Papai Noel?

Por André Luiz Bonomini

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