quarta-feira, novembro 13, 2013

2.0 - Os tempos são outros

Foto: Divulgação
Anos 70, sete horas da matina, lá vai o jornalista para as ruas da cidade. Pauta na mão, bloquinho na bolsa, um jogo de trocentas canetas, câmera fotográfica, e uns poucos trocados para o lanche. Objetivo: Voltar com a história de capa do jornal do dia seguinte.

Voltando para 2013. Sentado em sua mesa, o jornalista não tem mais apenas o telefone em sua mão. A internet é a arma atrás de fontes e detalhes das histórias mais relevantes do dia. Tão cômodo que chega a espantar o mais conservador. São tempos totalmente diferentes daqueles que se corria atrás da notícia.



Recordando de publicações do Foca lembro da convergência. A forma com que as atividades profissionais vêm se transformando graças ao virtual alterou os perfis do mercado pelo mundo afora. Não é exagero dizer que a busca por novidades e rapidez da geração Y tenha sido fator decisivo. A atualização constante não é apenas obrigação do jornalista atualmente, mas de qualquer profissional que não quer ser deixado para trás nessa evolução frenética que vivemos.

Foto: Memória Globo
Há 25 anos atrás, quando Jornal do Brasil e Jornal da Tarde ainda eram em carne viva, bater pernas atrás da notícia era algo normalíssimo. Hoje, o dinamismo e possibilidades que trazem as plataformas como Twitter e Facebook e seu retorno fizeram do Home Office peça fundamental na casa de muitos jornalistas. Grandes veículos noticiosos, como a CBN, hoje andam aos passos destes profissionais, mudados e engajados na instantaneidade da informação no mundo virtual.

No entanto, a mudança do perfil do profissional da informação aos poucos mata o romantismo do autodidata, que extraia grandes histórias do dia, não importando que meios fossem. Este tipo é retratado na antiga série Plantão de Polícia, produzida em 1979 pela Rede Globo. Nela o jornalista Waldomiro Pena (Hugo Carvana/foto) é o último deste exemplar. Especializado na área da segurança, suas coletas de informações se assemelham aos detetives e o resultado final de seus textos é digno de um livro policial.

Trecho do episódio O Crime do Castiçal (1979)


Não é, claro, impedimento a evolução que os novos profissionais estão vendo e que é mais do que bem-vinda. No entanto, o romantismo de outros tempos vai tomando seu lugar nos livros de história e crônicas dos veteranos profissionais do texto jornalístico. Uma nova classe está ai, a dos jornalistas conectados ao mundo 24h por dia.Viva a tecnologia e, queira Deus, com as notas do passado distante.

Por: André Luiz Bonomini

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