quarta-feira, setembro 11, 2013

Juventude no rádio traz desconfiança

Luiz Penido (E), retornou à Rádio Globo em 2012.
Foto: Rádio Globo
Não é normal um narrador esportivo – principalmente em rádio – ter 20 anos de idade. E isso surpreendeu muita gente quando comecei a atuar nesse meio. O rádio traz aquela velha nostalgia de que o locutor de esportes é uma pessoa experiente, rodada, e a minha chegada à Rádio Nereu Ramos em outubro de 2012 meio que foi uma mudança no cenário de Blumenau e do Vale do Itajaí.



Frequentemente as pessoas vão à cabine da emissora, no Estádio do Sesi, e se surpreendem. Muitas nos “conhecem” apenas pela voz e imaginam estereótipos que, no final das contas, não são nem perto daquilo que realmente somos. Lembro de certa vez, em um jogo do Metropolitano, onde uma senhora me parou e disse: “ué, pensei que você tinha uns 40 anos”.

Essa situação, querendo ou não, reflete uma ausência na renovação do rádio regional e nacional. Vemos verdadeiros medalhões como José Carlos Araújo, Luiz Penido, Oscar Ulisses e Pedro Ernesto Denardin fazendo escola no meio, mas não se vê mudança, renovação, a tal da “segunda opção” na narração esportiva.

Só para se ter ideia, o “Garotinho” que citei acima, José Carlos Araújo, tem 72 anos. Luiz Penido, 58, e entre outros como Deva Pascovicci e Evaldo José a ultrapassam a marca dos 40 anos idade. É um conflito. A primeira impressão é de que há uma barreira impedindo que pessoas com menos de 30 lascas de vivência sejam narradores esportivos.

O detalhe é que a vida tem ciclos. Um dia esses “medalhões” já não estarão mais entre nós. A renovação, neste caso, se mostra necessária para que haja a tal opção no banco de reservas quando o titular não estiver à disposição do treinador.

Por Augusto Ittner

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