A estabilidade
econômica dos últimos sete anos permitiu que aproximadamente 30 milhões de brasileiros saíssem da pobreza para entrar na classe média. Trata-se da emergente classe C, que representa 54% da população e é formada por indivíduos com renda média entre R$ 800,00 e R$ 2.200,00. Sua crescente entrada no mercado consumidor tem sido
preocupação de ambientalistas e tema de diversas pesquisas.
É preocupação de
ambientalistas e ONG’s que o comportamento econômico da emergente classe C não se reflita em consumismo e degradação ambiental.
O cenário futuro não é animador. O estudo “A Evolução da
classe média e o seu impacto no varejo” divulgada em 29 de fevereiro de 2012
pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP) revela que o aumento do consumo percapita (por pessoa) das famílias brasileiras das classes C e D será de quase
50%. De acordo com estudo do instituto Data
Popular baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE),
o consumo da classe C deve subir 7% ao ano.
Segundo relatório anual do Worldwatch Institute,
o culto ao consumismo pode acabar com todos os avanços das ações governamentais em
direção ao combate das mudanças climáticas.
Eventos pautados pela ecologia, como a Rio + 20, que
acontecem no Brasil, procuram trazer para dentro do país questionamentos
ambientais e o consumo consciente.
Porém, eles não vêm sendo compreendidos e valorizados pela a classe C por conta de sua dificuldade de assimilação. Esse segmento social se preocupa com a questão da qualidade do produto
somente quando isso significa algum tipo de economia, não quando isso significa
preservação. Este consumidor quer se preocupar com seu dia a dia. Ele não tem a
intenção de salvar o mundo.
Essa aparente falta de consciência deve-se ao fato de
o crescimento da classe C ter acontecido
de forma muito rápida, apenas no aspecto financeiro. As
limitações culturais permanecem e, com elas, as limitações de compreensão de
conceitos refinados como o da sustentabilidade.
Para que a melhora do poder aquisitivo da classe C não seja uma uma ameaça potencial ao futuro do planeta, é necessário que esse setor tenha acesso à cultura e à educação. Somente através da informação, da
reflexão e da consciência é que poderemos ter uma sociedade ecologicamente viável.
Por Paula C. Laun
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