quinta-feira, novembro 29, 2012

Classe C(onsumista)


A classe C se tornou maioria da população brasileira no ano passado. Hoje cerca de 103 milhões de pessoas ganham em média R$ 1.450 e representam 54% da população – 20% a mais que cinco anos atrás. Para especialistas, este é um dos fatores que justifica o aumento no consumo interno mesmo em meio a uma crise mundial.

Mas afinal, qual o perfil destas famílias?


Para donos de grandes redes de supermercado, por exemplo, eles representam ótimos fregueses. São os que mais compram roupas, eletrônicos e seguros de automóveis. Aliás, a classe consome 55 bilhões de reais em moda por ano somente no Brasil.

O publicitário Renato Meirelles já realizou mais de duzentos estudos sobre o consumidor de baixa renda no país e afirma que nenhuma empresa cresce hoje sem conquistar o gosto da classe média.

Os consumidores da Classe C são bastante exigentes. Atendimento de qualidade e preços competitivos são pré-requisitos básicos para convencê-los. Mas além do valor, o produto deve ser durável e de qualidade.

As oportunidades no mercado de trabalho estão mais palpáveis. De acordo com uma pesquisa feita pela Data Popular 70% dos filhos desta classe estudaram mais que os pais. E a partir daí a qualidade de vida só aumenta. Cerca de 40% deles viajam de avião e 17% já foram ao exterior. A cada dez internautas, seis fazem parte deste composto.

Eles também são os mais empreendedores do país, diferente da realidade mundial. A cada 100 pessoas que abrem negócios no Brasil, 37% pertencem à classe A e 54% fazem parte da classe C.

Dinheiro de quem?

O salário aumentou e a capacidade de consumo também. A renda líquida destas famílias (descontando todas as despesas) hoje é de aproximadamente 363 reais. 

Em contrapartida, comprometem em média 42% da renda com contas de água, luz, crediários, cartão de crédito, aluguel, empréstimo e por aí vai. Mais de 14 milhões de famílias estão endividadas hoje no país. De acordo com o Banco Central, em abril deste ano o nível de calotes bateu 7,6% - maior marca desde setembro de 2009. Para Ricardo Paes Barros, secretário de ações estratégicas da presidência, as famílias fazem compras e não tem ideia de o que é o preço e o que é juros. “Nossa legislação não obriga a mostrar isso”.

Dinheiro pra guardar

A economia doméstica é o primeiro passo para o equilíbrio. As dívidas geram estresse e dezenas de doenças crônicas.

- Uma dica de especialistas é elaborar uma tabela com seu próprio orçamento, descrevendo todas as despesas prováveis e as receitas do mês. Pode ser numa folha de papel mesmo. Só não pode esquecer nenhum gasto: alimentação, transporte, contas fixas, emergências, etc.

- Poupe dinheiro! Comece juntando pouco por mês (10, 30 reais) e vá aumentando. Toda vez que receber o salário coloque o valor no cofrinho. Lembre-se: comprar a vista é sempre mais barato.

- A pesquisa é indispensável! Vá em mais de uma loja, procure um modelo similar, calcule o custo benefício,  espere por uma promoção e, se precisar, pexinxe. 

- E o mais importante: nunca compre por impulso! Estude a necessidade de cada aquisição, a utilidade do produto no seu dia-a-dia, verifique a garantia e a possibilidade de troca.

Ah, e fique esperto às tentações do mundo capitalista: 


Por: Rafaela Costa

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