quarta-feira, outubro 31, 2012

Nova geração alienada ao mundo virtual


Jonas Andrade, 13 anos, é considerado o garoto mais esperto da turma de 32 alunos do 7º ano da Escola Básica Municipal AlmiranteTamandaré, do bairro Ponta Aguda, em Blumenau. Suas médias a cada trimestre enchem de orgulho os pais, Salete e João Andrade, que após receberem o boletim do filho, saem por toda a vizinhança contando sobre a alegria que o filho os proporciona.

O principal motivo que mantém o menino dedicar horas ao estudo é o acesso à internet por quase metade do seu dia. Na web ele encontra todo o material necessário das disciplinas escolares através de blogs, sites, vídeos, e-books e outros.

Quando não está estudando, o garoto permanece navegando na internet, mas em outras formas, como jogos online, portais de anime e redes sociais, nas quais sua foto de perfil também é um dos personagens de desenhos japoneses.

Diferentemente de boa parte da turma, Jonas possui poucos amigos. Contando com os dois primos que moram ao lado de sua casa, apenas com Gustavo, que estuda com ele possui contato. Alguns coleguinhas de sala, durante o dia, jogam bola, andam de skate, praticam atividades físicas ea noite dedicam tempo ao mundo virtual.

Seu irmão, onze anos mais velho, teve também uma adolescência diferente de Jonas. Saia bastante, dava rolés com os amigos, cantava as menininhas mais novas, praticava esportes e era bastante extrovertido. Não era nenhum gênio na escola, mas conseguia a aprovação sem exames finais. No fim de sua adolescência, pegou o início da popularização do mundo virtual como um ambiente social de entretenimento. Porém, já estava em transição para a vida profissional, a qual tomava boa parte do seu tempo.

Seu pai conheceu a internet como um meio de trabalho e até hoje possui dificuldades em mandar mensagens para seus amigos no facebook. Quando jovem seu entretenimento era aos fins de semana quando ia ao baile no clube com sua família, ou na pelada de sábado, onde era artilheiro do time. Durante a semana trabalhava e estudava. Já seu avô não sabe ainda como ligar um computador e nem possui vontade.

Irmão, pai e avô, ambos com físico forte e parecidos. Somente Jonas é o diferente. De tanto ficar trancado em casa, as gorduras tomaram conta e o garoto já pesa 80 quilos. Problemas de visão é outro problema enfrentado pelo menino, como também a timidez e mau humor.

Para os pais ingênuos, Jonas está no caminho certo, já que é exemplar na escola e nunca teve fama de garoto problema. Mas até aonde isso é saudável? Estão crescentes os casos como este na nova geração e só tende a piorar com a evolução. É hora de começar a se coçar e achar uma resolução ao problema, se não daqui a pouco teremos seres humanos altamente alienados ao poder de uma máquina e longe da vida em sociedade.


Por Fagner da Rosa

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