segunda-feira, outubro 08, 2012

A Internet não é a mãe da Convergência Midiática

Por Larissa Neumann

Erroneamente, a convergência midiática não é um fenômeno que surgiu graças ao advento da Internet. Ela apenas favoreceu a sua disseminação e definiu um conceito que consegue, através de exemplos práticos, explicar o que é esse termo e quais os prós e contras da sua aplicação no meio jornalístico. Henry Jenkins corrobora tal linha de pensamento ao desenvolver um conceito seu conceito de convergência na mídia e designar que a rede, é apenas um suporte, usada como canal para distribuir o produto.

A verdade é que este fenômeno, surgiu junto com o nascimento da prensa tipográfica, equipamento que foi criada por chineses e mais tarde aperfeiçoada por Johannes Guttenberg. Outro exemplo não tão atual de convergir midiaticamente é o uso de fotografias no jornal impresso. As imagens são usadas até hoje como complemento de comunicação escrita. Foi uma evolução, um ‘plus’ no veículo impresso.

A internet apesar de unir quem está longe e de dar mais rapidez ao processo noticioso, também acabou por descentralizar a produção da matéria. "Em tese qualquer pessoa com um celular ou uma câmera de vídeo pode gerar notícias", afirma a jornalista Leila Pinheiro, através de um artigo publicado no Observatório da Imprensa.

A convergência midiática não é apenas a transposição do formato de um veículo para outro, é a integração. Cada suporte acaba definindo sua plataforma de atuação e qual a linguagem que vai predominar ali. Mas, como saber qual a narrativa adequada? Ela mesma responde: pesquisando e analisando. É isso que o conceito propõe que o profissional consiga se interar de muitas coisas ao mesmo tempo.

Essa interação se dá graças à jornais e revistas não se limitarem apenas em postar seu conteúdo em folhas. Hoje, não só os veículos de comunicação impressa tem paginas nas redes sócias e sites, mas também as emissoras televisivas e radiofônicas. Essa tendência, ajuda não só, mas também o profissional de jornalismo a saber das coisas antes e ainda poder comentar, compartilhar. Dá chance para o profissional checar a informação com antecedência e não dar falso testemunho de alguma afirmação ou ‘achismo’, zelando sempre pelas normas éticas que regem a categoria.

O processo de convergência não pode ser confundido também com jornalismo em tempo real. Segundo o que o estudante Bruno Cardoso escreveu no artigo publicado no site ojornalista, jornalismo em tempo real é uma figura de linguagem. “A expressão Jornalismo em Tempo Real é uma figura de linguagem utilizada para associar a proximidade da instantaneidade com que a informação que é transmitida, do momento em que ocorre o fato a ser noticiado ao momento em que chega aos receptores, sejam eles leitores, telespectadores ou ouvintes”, explica.

Por exemplo, o cidadão está assistindo determinado programa na televisão e ao menos tempo está ‘twitando’ seu ponto de vista sobre algo que aconteceu no programa. O jornalismo em tempo real também pode ser aplicado aos cidadãos comuns, que fotografam o que consideram relevante e, através das plataformas disponíveis nas redes de telefonia móvel, conseguem postar o conteúdo na internet. Indiretamente esse tipo de atitude acaba abrindo portas e deixando brechas para que os profissionais vejam aquilo e reconheçam uma boa pauta, ou então, consigam identificar qual o público que lê o que ele escreve e ainda o que iria repercutir mais.

Por fim, a convergência midiática anda em paralelo, por enquanto, com o jornalismo em tempo real. Enquanto rádios, TVs, jornais e revistas expandem suas ferramentas de comunicação, nós leitores saímos beneficiados.

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