O comércio brasileiro nunca esteve tão aquecido, mesmo em tempos de crise para a maior parte do mundo. Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou que do início de 2003 até maio deste ano, 48,7 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C no Brasil, quase a população da Espanha, um crescimento de 47,94%.
Além disso, essas três classes de consumidores começaram a mudar. E com essa mudança as empresas também precisaram investir em novas estratégias para abordar o seu público alvo. Os fabricantes de produtos e serviços para a classe A foram um dos que mais tiveram que se reajustar para atingir o novo público que surgiu.
Antes os consumidores dessa posição estavam interessados em grandes investimentos. Aviões, carrões de luxo, mansões. Tudo associado a grandes marcas. Nesse novo comportamento o luxo está associado com despojamento. Tudo se transformou em negócios mais intelectuais. E não demonstrativos de marcas. Eles ainda optam por marcas, mas aquelas que tenham responsabilidade social. Entre um produto com a mesma qualidade e valores próximos os clientes da classe A optam por quem tiver uma ideia de sustentabilidade mais forte. Aqueles que mostram ajudar toda a sociedade.
Geralmente, quem ganha com isso são as marcas com produtos feitos de materiais ecológicos. O que não faz cair o preço, mas sim aumentar o grau de comprometimento com os ideais do seu público. Os anunciantes e publicitários tiveram e ainda têm papel importante de ajuda nessa transformação da classe A.
A classe B ainda não possui uma formula fixa. Mas, uma grande característica que fez o comércio rever suas estratégias de abordagem foi o individualismo dessa classe. É um público que investe muito nos lançamentos. Eles anseiam por novidades. Desejam ter ao seu redor todas as coisas novas que surgiram no mercado. É um público que procura preços e consome inovações.
Outro ponto principal é que adoram serviços e lazer. Um grande mercado que conquistou essa classe foram os sites de compras coletivas. Eles oferecem todos os lançamentos do mercado tanto em tecnologia, quanto em estética, vestuário, e também, viagens por preços muito mais baixos que os do mercado.
Mas quem está virando o comércio de cabeça para baixo são os integrantes da classe C. Esse grupo evoluiu muito nas suas exigências. São tão exigentes quanto à classe B. Contudo o perfil de consumo é diferente. A pesquisa feita pela FGV revelou que somente na classe C entraram 39,5 milhões novos integrantes no período de 2003 à maio de 2011, um aumento de 46,57%.

A classe C se tornou um grande desafio para todo o mercado. E agora, é o principal movedor da economia do Brasil. Para as compras de final de ano as classes A e B pretendem gastar mais dinheiro em viagens e lazer. Uma pesquisa feita pelo instituto Data Popular em outubro deste ano revelou que a classe C já gasta mais com serviços do que com bens de consumo. O que faz o comércio também apostar nesse segmento para esse público.
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