O conflito de gerações no mercado de trabalho

Por Marcos Maia Borges

O velho modelo empresarial vigente nas companhias durantes décadas já não atende mais as necessidades dos novos colaborados que estão, ou estarão, entrando no mercado de trabalho. A estrutura antiga era baseada no tempo que a pessoa estava naquela organização, o que a levava a ascender na carreira. Hoje, aqueles nascidos no final da década de 80 até 1994 (geração Y) já dominam mais ferramentas que os experientes e, o principal, estão mais atualizados que os baby boomers (nascidos após a Segunda Guerra Mundial) e a geração X ( nascidos nas décadas de 60 e 70).


As diferentes ambições e visões das gerações ficam mais claras no levantamento realizado pelo Ateliê de Pesquisa Organizacional. Foi entrevistado cem líderes de empresas com mais de 500 funcionários. O resultado mostrou que entre os pontos positivos mais destacados está a habiliade em lidar com novas tecnologias, dispostos a aprender, bem informados e não são acomodados. Entre os pontos negativos está o fato de serem imediatistas ao extremo, muito competitivos, muito ambiciosos, mais agressivos que os outros e só querem fazer o que gostam.

As questões que levam um integrante da geração Y escolher um emprego vão muito mais além do que um bom salário. Um bom pagamento é bom e procurado, evidente, mas os Y querem se sentir valorizados, ouvidos e úteis no processo de criação e desenvolvimento da empresa. Enquanto que os baby boomers prezam mais pela estabilidade , em todos os níveis, do financeiro ao hierárquico. A geração X adota um pouco de formalidade e aprecia mais a hierarquia, em comparação aos Y.

As mudanças na forma de pensar e agir das gerações é resultado das experiências de vida que cada um teve. Logo após nascerem, os “velhinhos” enfrentaram um período muito difícil e de mudanças com a guerra fria, guerra do Vietnã, golpe e ditadura militar no Brasil e restante da América Latina. Eles também viram tudo isso acabar, e então os jovens que agora competem com eles chegar por aqui. Os integrantes geração X foram aqueles que lutaram pelo fim da guerra do Vietnã e combateram o militarismo no Brasil. Já os mais novos, com menos de 30 anos, chegaram ao mundo quando a situação começava a se apaziguar, a democratização já estava iniciada no Brasil, que assistiu a um boom do capital estrangeiro nesta época.

A geração Y está revolucionando o mundo, e quem não entrar na deles pode perder o seu posto.