Menos de três anos depois da tragédia de 2008, a população catarinense precisou respirar fundo e se preparar para o replay. Na semana passada, num período de 48 horas, mais de 50 cidades foram atingidas pela chuva que caía insistentemente há mais de uma semana no Estado. Somente em Blumenau, a cidade mais prejudicada pela enchente, 280 mil pessoas foram afetadas e 15 mil ficaram desalojadas. As aulas e o transporte coletivo também foram afetados e suspensos, e o comércio fechou as portas por tempo indeterminado. Conforme dados da Defesa Civil, cerca de 390 ruas ficaram alagadas.
Residencial Village, no bairro Garcia (Foto: Camila Iara) |
Com o auxílio de 23 barcos, o Corpo de Bombeiros ajudou a locomover os desabrigados para 20 abrigos disponíveis na cidade. Pacientes que precisavam de tratamentos específicos, como hemodiálise, também foram socorridos e devidamente encaminhados aos hospitais. Felizmente, poucas pessoas se feriram e não houve registros de mortes na cidade. Ainda assim, o Centro de Operação do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (Ceops) apontou a enchente como a pior desde 1984.
A ajuda que vem pela web
Durante os dias de pavor que marcaram a história de Blumenau, é preciso destacar o papel das redes sociais na transmissão de informação a todo o Brasil. Foi pelo Twitter que muitas pessoas de outros estados do país conseguiram notícias de parentes que moram na cidade. Ainda neste contexto, usuários do micro blog postaram fotos da situação em suas ruas para que as pessoas soubessem qual era a magnitude do problema.
Quem teve sorte de não ficar sem luz ou internet utilizou a tecnologia para ajudar ao próximo. Clínicas veterinárias que precisavam transportar animais para locais seguros foram atendidas graças a pedidos de usuários do Twitter. Por alguns dias, a hashtag #chuvasemsc ficou nos Trending Topics do Brasil. Por meio deste recurso, a população brasileira ficou a par do que estava aconteceu e Santa Catarina foi parar, mais uma vez, na tela do Jornal Nacional.
Depois da tempestade, vem a... limpeza!
Rua Amazonas, em Blumenau (Foto: Camila Iara) |
Na semana seguinte, vestígios da enchente ainda lembravam os blumenauenses de que, por muito pouco, o estrago não foi maior: a poeira constante, seguida pela lama espalhada pelas ruas, obrigou funcionários do transporte público a andarem com as janelas dos ônibus fechadas. Diogo Luz, estudante de Administração, diz que ainda é preciso dirigir com cuidado. “A poeira fica acumulada nos vidros do carro”, explica. Diogo não foi diretamente afetado pela enchente, mas tem amigos que perderam boa parte de seus bens materiais. “É triste ver as pessoas passando por isso de novo. Agora, precisamos manter o otimismo e torcer para que isso não volte a acontecer novamente. Pelo menos, pelos próximos cem anos”, brinca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário