quinta-feira, maio 19, 2011

Vito Giannotti palestra sobre o jornalismo impresso no Brasil

Na quarta-feira, 27 de abril, o Ibes/Sociesc recebeu em seu auditório o sociólogo e escritor italiano Vito Giannotti, radicado no Brasil há 45 anos. Promovida pelo Centro Acadêmico de Jornalismo Fernando Arteche (CAJFA), a palestra abordou o jornalismo impresso e seu possível fim.

O avanço da digitalização das notícias criou uma dúvida pertinente: os jornais impressos continuarão em circulação? Giannotti foi direto ao afirmar: "O jornalismo impresso no Brasil não vai acabar, porque ainda nem começou", disse.

Para garantir sua afirmação, o escritou citou o pequeno número de jornais em circulação no Brasil, comparado à outros países. No Japão, um único jornal tem tiragem de cerca de 14 milhões de exemplares, enquanto aqui, todos os jornais impressos chegam à cerca de 6 milhões.

Para Giannotti, isso é resultado da falta do hábito da leitura dos brasileiros. Nossa herança cultural não incluiu em sua bagagem esse hábito; sabemos sambar e jogar futebol, mas não lemos.

Os cursos de jornalismo no país insistem na imparcialidade. Giannotti afirmou que a imparcialidade jornalística não existe. Todos os meios de comunicação são dirigidos por alguém que decide o que entra e o que fica de fora nas pautas cotidianas. Disfarçando esse fato, a mídia consegue sua valorização: a credibilidade.

Como exemplo, citou o que ele considera  "os quatro cavaleiros do Apocalipse" da imprensa brasileira: os jornais A Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo e a revista Veja. Giannotti radicalizou ao afirmar que a Rede Globo é a maior desgraça do país.

Simpático, o palestrante conquistou o público de estudantes e professores que lotaram o auditório da instituição.

O palestrante

Por Teresinha Moraes
Natural de Toscana, na Itália, Vito Giannotti mudou-se para o Brasil nos anos 60.

Atuou como  metalúrgio e militante em São Paulo por mais de três décadas.

Foi vítima da censura, ao escrever, incentivar, e participar ativamente do movimento contrário à Ditadura Militar.

No início dos anos 90, juntamente com jornalistas e professores, fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação. Já escreveu cerca de 30 livros, descrevendo a luta dos trabalhadores e a importância da comunicação na disputa pela hegemonia trabalhista.


Postado por Francielle Buzzi

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