Na quarta-feira, 27 de abril, o Ibes/Sociesc recebeu em seu auditório o sociólogo e escritor italiano Vito Giannotti, radicado no Brasil há 45 anos. Promovida pelo Centro Acadêmico de Jornalismo Fernando Arteche (CAJFA), a palestra abordou o jornalismo impresso e seu possível fim.
O avanço da digitalização das notícias criou uma dúvida pertinente: os jornais impressos continuarão em circulação? Giannotti foi direto ao afirmar: "O jornalismo impresso no Brasil não vai acabar, porque ainda nem começou", disse.
Para garantir sua afirmação, o escritou citou o pequeno número de jornais em circulação no Brasil, comparado à outros países. No Japão, um único jornal tem tiragem de cerca de 14 milhões de exemplares, enquanto aqui, todos os jornais impressos chegam à cerca de 6 milhões.
Para Giannotti, isso é resultado da falta do hábito da leitura dos brasileiros. Nossa herança cultural não incluiu em sua bagagem esse hábito; sabemos sambar e jogar futebol, mas não lemos.
Os cursos de jornalismo no país insistem na imparcialidade. Giannotti afirmou que a imparcialidade jornalística não existe. Todos os meios de comunicação são dirigidos por alguém que decide o que entra e o que fica de fora nas pautas cotidianas. Disfarçando esse fato, a mídia consegue sua valorização: a credibilidade.
Como exemplo, citou o que ele considera "os quatro cavaleiros do Apocalipse" da imprensa brasileira: os jornais A Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo e a revista Veja. Giannotti radicalizou ao afirmar que a Rede Globo é a maior desgraça do país.
Simpático, o palestrante conquistou o público de estudantes e professores que lotaram o auditório da instituição.
O palestrante
Por Teresinha Moraes |
Natural de Toscana, na Itália, Vito Giannotti mudou-se para o Brasil nos anos 60.
Atuou como metalúrgio e militante em São Paulo por mais de três décadas.
Foi vítima da censura, ao escrever, incentivar, e participar ativamente do movimento contrário à Ditadura Militar.
Atuou como metalúrgio e militante em São Paulo por mais de três décadas.
Foi vítima da censura, ao escrever, incentivar, e participar ativamente do movimento contrário à Ditadura Militar.
No início dos anos 90, juntamente com jornalistas e professores, fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação. Já escreveu cerca de 30 livros, descrevendo a luta dos trabalhadores e a importância da comunicação na disputa pela hegemonia trabalhista.
Postado por Francielle Buzzi
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