quarta-feira, maio 25, 2011

O jornalismo Impresso não chegou ao Brasil

Por Eneias Mutte

A convite do Centro Acadêmico de Jornalismo Fernando Arteche (CAJFA), Vito Giannotti esteve no Ibes/Sociesc onde fez uma palestra sobre jornalismo impresso e monopólio da informação para os acadêmicos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da instituição.

Quando perguntado se a internet e as mídias sociais vão acabar com o jornalismo impresso no ele é categórico ao dizer que não. Segundo Vito o jornalismo impresso não chegou ao Brasil, pelo menos não como deveria. Ele sustenta sua afirmação comparando números de jornais em circulação no Brasil, comparado à outros países. No Japão, um único jornal tem tiragem de cerca de 14 milhões de exemplares, enquanto aqui, todos os jornais impressos chegam à cerca de seis milhões.

O jornalista diz ainda que os números de tiragens apontam apenas para jornais pagos. Aos quais a grande massa de brasileiros não tem acesso. Mas garante que a população lê jornais distribuídos gratuitamente, ligados na maioria das vezes a força sindical e grupos religiosos. E lamenta serem as poucas iniciativas deste tipo.

Para ele é preciso que existam mais jornais de bairros e agremiações para combater o monopólio da informação. Giannotti afirma ainda que diferente do que se ensina nas faculdades de jornalismo não existe imparcialidade. Todos os meios de comunicação são dirigidos por alguém que decide o que vai divulgar. E o que importa para se manter no mercado é a credibilidade.

Disse também que considera "os quatro cavaleiros do Apocalipse" da imprensa brasileira: os jornais A Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo e a revista Veja. Chamou a Rede Globo de maior desgraça do país.

Vito Giannotti nasceu na Itália em 1943 e há 45 anos decidiu viver no Brasil. Ele é coordenador e foi um dos fundadores do Núcleo Piratininga de Comunicação - NPC.

Autor de quase trinta livros, que têm como principais temas a “história das lutas dos trabalhadores” e "a importância da comunicação dos trabalhadores para a disputa de hegemonia”. Foi metalúrgico e militante, em São Paulo, durante quase três décadas. Também participou das lutas sindicais e populares e contra a Ditadura.

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