quarta-feira, maio 04, 2011

Jornalista Vito Giannotti fala sobre jornalismo impresso no Brasil

Por Karina Beatrice Frainer

Alunos do CAJFA apresentam o jornalista Vito Giannotti
“Vocês querem saber se o jornal impresso vai acabar? Nunca. Ele ainda nem começou no Brasil”. Esta foi a frase inicial da palestra do jornalista Vito Giannotti, que apresentou o tema: O futuro do jornal impresso. O evento aconteceu no auditório do Ibes Sociesc no dia 27 de abril, quarta-feira, a partir das 19h, e foi promovido pelo Centro Acadêmico de Jornalismo Fernando Arteche – CAJFA.

O jornalista de origem italiana é coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), é autor de quase trinta livros, que têm como principais temas a “história das lutas dos trabalhadores” e "a importância da comunicação dos trabalhadores para a disputa de hegemonia”. Iniciou sua palestra contando a história de Severino, um porteiro de seu prédio no Rio de Janeiro, que a partir de um jornal gratuito iniciou o hábito da leitura. Vito utilizou o exemplo para defender que os jornais deveriam ser gratuitos e enfatizou a influência da propaganda no veículo.

Entre suas discussões, citou o que ele define “bom comportamento” da revista Carta Capital de deixar claro ao leitor sua preferência, e fez uma crítica a revista Veja por não fazê-lo. Citou alguns dados relacionados à leitura no Japão, onde são vendidos 14 milhões de jornais diariamente, enquanto no Brasil, são vendidos apenas 6 milhões. “O povo brasileiro não tem hábito de leitura. O Rio Grande do Sul é um dos locais onde as pessoas mais têm o hábito de ler. Mas ainda estamos distantes de lugares como o Japão. Somos descendentes de povos que não liam”, disse Giannotti.  O jornalista enfatizou o comportamento da Globo em relação a ditadura militar, e destacou a indiferença do veículo para o assunto “diretas já!”.

Para Vito é preciso que se utilize de todas as mídias para informar as pessoas, conquistar o coração e implantar o senso crítico. Ele destacou a importância das mídias sociais, e deixou como sugestão aos alunos, a busca pelo jornalismo liberal. “Temos muitas rádios comunitárias, e jornais sindicais que precisam de bons profissionais. Busquem conhecer mais este mercado”, disse ele.

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