terça-feira, novembro 02, 2010

Uma crítica à hipocrisia e ao círculo liberal de L.A.

Mil novecentos e noventa. Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) se conhecem. Elas se apaixonam e se casam. Dois anos depois nasce Joni (Mia Wasikowska), concebida através de inseminação artificial. Três anos depois de Joni nascer, nasce Laser (Josh Hutcherson), também concebido através de inseminação artificial. 

Atualmente Laser, com 15 anos, e Joni, prestes a completar 18, vivem em Los Angeles com suas mães. Até então, está tudo bem. Mas Joni, ao completar a maioridade, é encorajada pelo irmão a ir à clínica médica e solicitar os dados do homem que doou o esperma.

Quando Paul (Mark Ruffalo) – o pai e dono de um restaurante – aparece, tudo que estava bem, até então, vira de cabeça para baixo. Jules e Nic começam a ver os problemas e a rever a escolha que fizeram há vinte anos atrás. E as crianças ainda estão bem.

Esta história parece familiar, não? Para algumas pessoas, talvez sim. Para outras, talvez não. Coincidências à parte, esta é a sinopse do filme Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right, EUA, 2010). O longa-metragem, que fez sucesso no Festival de Berlim de 2010 e se tornou um dos preferidos (no sentido de gostar mesmo) dos críticos de plantão, foi escrito e dirigido por Lisa Cholodenko, responsável pelo filme Laurel Canyon (EUA, 2002) – seu filme mais conhecido, diga-se de passagem – e por episódios da polêmica série de TV The L Word.

Assim como em Laurel Canyon, a roteirista e diretora Lisa Cholodenko também faz uma crítica à hipocrisia e ao círculo liberal de Los Angeles. Mas no caso de Minhas Mães e Meu Pai, o olhar da diretora é mais amplo, e ela pega justamente uma família moderna e não tradicional para abordar assuntos do cotidiano, como: a transição entre a infância e a vida adulta, entre a escola e a faculdade, o primeiro porre, a primeira paixão, a sexualidade, o uso de drogas, e ainda há o casal homossexual. A partir dessas coisas que convivemos todos os dias – e que quase ninguém pensa –, Cholodenko faz uma crítica. Engana-se quem está achando que a crítica é em relação aos personagens centrais do filme. A crítica é em relação aos que vivem ao redor dos protagonistas, que julgam clichês que conhecemos muito bem. 

Minhas Mães e Meu Pai têm um elenco fantástico – e não digo isso porque sou fã de alguns atores que estão no longa. Há Julianne Moore, indicada quatro vezes ao Oscar, que posso defini-la em apenas uma palavra: fantástica. Há também Annette Bening, indicada três vezes ao Oscar. Não posso esquecer de citar Mark Rufallo, do fofíssimo De Repente 30 (13 Going On 30, EUA, 2004), e Mia Wasikowska – com certeza a atriz mais fraca do filme –, de Alice no País das Maravilhas (Alice In Wonderland, EUA, 2010).

Eu sou obrigado a destacar a atuação do – meu preferido – Josh Hutcherson. O rapaz (que completou 18 anos no último dia 12 de outubro) se destaca a cada filme que participa. Josh ficou mundialmente famoso no perfeito ABC do Amor (Little Manhatan, EUA, 2005). E hoje, além de atuar, também é produtor executivo. Ou seja, com certeza vamos ouvir falar muito dele.

O longa-metragem entrou em cartaz nos Estados Unidos em julho deste ano, e até agora já arrecadou mais de US$ 20 milhões, sendo que seu orçamento foi de apenas US$ 4 milhões, ou seja, praticamente uma merreca para os filmes produzidos em Hollywood. No Brasil, a comédia dramática tem estreia prevista para 12 de novembro, mas para você matar um pouco a vontade – ou ficar com ainda mais – de assistir ao filme, você pode conferir o trailer aqui. Mas se você quer conferir muito mais, como fotos, vídeos, cenas de bastidores, você pode entrar no site oficial. Agora, aguardemos ao filme!

Por Lucian Cesar da Silva

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