Por Flávia Amâncio
Quando eu era criança brincava de soltar pipa com meus irmãos, de esconde-esconde com meus vizinhos, de balanço no parque próximo da minha casa. Estou falando sobre brincar ao ar livre, interagir com pessoas, trocar não só palavras mas olhares, contatos, sorrisos. Essas são experiências que muitos jovens nascidos na geração Z pouco desfrutaram, e que as crianças da Alpha dificilmente conhecerão.
A violência e o volume de ocorrências policiais hoje são muito mais significativos do que na infância dos meus avós ou meus pais. Naquele tempo, não havia tanto temor em deixar os filhos correndo por aí, nem havia tanta tecnologia para manter os pequenos entretidos dentro de casa.
A violência e o volume de ocorrências policiais hoje são muito mais significativos do que na infância dos meus avós ou meus pais. Naquele tempo, não havia tanto temor em deixar os filhos correndo por aí, nem havia tanta tecnologia para manter os pequenos entretidos dentro de casa.
Diferentemente dos nossos antepassados recentes, que procuravam diversos caminhos para chegar ao conhecimento – livros, vivências, mestres –, o desafio dos “hiperconectados” em relação ao saber começa por filtrar o que é relevante para si levando em consideração tudo o que já foi visto, dito e criado. E com a quantidade de conteúdos disponíveis na rede mundial de computares, é muito fácil se perder numa enorme teia de informações.
Por isso, hoje, o grande paradoxo dos nascidos na geração X, como eu, e das demais a frente (Y e Alfa), é a de alcançar a harmonia entre o mundo real e o virtual para que os benefícios da rápida ascensão da tecnologia sejam usufruídos sem que se percam os saberes antigos e, por vezes, os mais simples, como valorizar uma boa conversa à mesa ou folhear as páginas de um livro.
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