quarta-feira, agosto 26, 2015

O “chorume” que atravessa a internet e impacta nas manifestações

Por Gislene Razini 
As manifestações no domingo, dia 16, impactaram de uma maneira diferente. Os cartazes expostos nas ruas, gritavam por: “Intervenção temporária militar já” e “Porquê (sic) não mataram todos em 1964”. Um ódio que iniciou na internet e ganhou vida - desnecessária. O foco do movimento era justamente rebater a corrupção e mostrar a rejeição da população pela incompetência política, mas parece que não foi bem isso o que aconteceu.

O apelido para essa minoria que espalham esse ódio descontrolado é: "chorume", um líquido de cheiro desagradável e forte, comum nos lixões. Na internet, ele tem o mesmo efeito, estragar o ambiente, o transformando em lixo. Como se o passado de torturas, repressão, estupros e tantas outras algemas impostas durante a ditadura (1964 a 1985), tivesse sido esquecida ou simplesmente apagada da história.

As poucas pessoas que escreveram ter a volta de uma ditadura militar ou desejar a morte da presidenta Dilma, bastou para ganhar a atenção da mídia. Afinal, estes cartazes estavam escritos com letras de forma e canetão (pincel atômico), grandes, para que todos pudessem ler. O fato é que estes “desejos” afastaram muita gente que considerava caminhar junto na manifestação para reivindicar a situação do país. Não caminharam por não compartilharem da mesma opinião do "chorume", e assim, não dar volume para a podridão.

É assustador ver pessoas vestindo a camisa do Brasil e carregar cartazes com desejo de uma intervenção militar, depois de tantos anos lutando pela democracia. A morte? Também não é solução. Até entendemos o "chorume" na internet, pode-se ocultar nomes e rostos, mas ao vivo, é desprezível.

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