quarta-feira, outubro 12, 2011

Gerações que fazem as transformações acontecerem

Por Karin Bendheim

Quem nunca ouviu falar “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”? É provável que essa frase seja muito coerente para as pessoas das gerações babies boomers, nascidos após a segunda Guerra Mundial ou ainda para a geração X, nascidos entre 1960 e 1980, filhos da geração anterior.

No conceito dessas gerações, são eles que mandam, pois esse é o modelo, afinal eles tem mais experiência. Agora imagine as gerações Y ou Z lendo essa frase. Parece óbvio que esse negócio de hierarquia não cai muito bem na cabeça dessas últimas gerações.




A geração Y está na inserida além da tecnologia, no mundo da Internet. Eles simplesmente não tem medo das mudanças e fazem várias atividades ao mesmo tempo.

A última geração, Z, parece ainda não saber o que quer. Para eles não existem limites ou barreiras. O mundo é digital, desde atividades da escola, a comunicação com os amigos até as brincadeiras.

Nesses conflitos de gerações, está também o serviço da Polícia Militar, que passa por muitas mudanças. Talvez a continência seja o que ainda mais se respeita entre todos. Esse é um ato dos poucos que perduram, pois está inserido no orgulho do militar. Um dos exemplos mais fortes que reflete as transformações está justamente na comunicação entre as pessoas da instituição.  Aquele documento chamado Comunicação Interna (CI), onde o policial moderno solicita autorização para falar com algum dos superiores praticamente não existe mais. É umas das regras que está ficando apenas na teoria.


E isso é bom, melhor, é ótimo. Imagina o tamanho da barreira que era para conversar com o comandante de um batalhão se você fosse um soldado. Este deveria “bater uma parte”, o que hoje é chamado de Comunicação Interna (CI), solicitando autorização para conversar com o comandante. Essa CI passaria por pelo menos três superiores para decidir. Caso todos concordassem que era necessário o soldado conversar com o comandante, esses avisariam este para tomar a decisão final.

Hoje o soldado encontra o comandante do batalhão no pátio, presta continência e pede licença e fala com o superior. O telefone sem fio foi reduzido, assim a perda de tempo e de informações também. Esse foi só um exemplo, mas ainda há muitas barreiras a serem extintas.

Claro, todas essas gerações, exceto a Y, estão presentes nas unidades militares. Aos poucos as antigas estão sendo substituídas pelas mais novas, que muitas vezes, trazem reflexos daquelas. É o sistema militar, baseado na hierarquia e disciplina.

O processo de mudança é mais lento que em outras organizações, mas aos poucos as gerações vão cedendo e aprendendo umas com as outras. É aquela história que começa a se repetir: “A experiência do policial mais antigo é essencial, assim como o vigor dos mais novos”.

Contudo, vamos ouvir por mais algum tempo, dos policiais antigos: “ Reco (recruta) só faz besteira”, enquanto os modernos culpam os outros: “Antigão só quer acochambrar”.

Outra frase que ilustra isso, talvez de maneira mais adequada: “A modernidade sem a antiguidade pode ser desastrosa e trágica. A antiguidade sem a modernidade leva à ociosidade e ao atraso”, de acordo com o blog Abordagem Policial.

Imagens: divulgação

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