quarta-feira, novembro 10, 2010

O jornal impresso vai acabar?

Quero começar meu texto sendo o mais clichê possível. Porque é isso que, hoje em dia, define a tecnologia.

Para a nossa – a minha, pelo menos – geração, que não nasceu mergulhada na tecnologia, ainda pode haver algumas novidades. Celulares cada vez maiores para abrigar cada vez mais funcionalidades, computadores cada vez menores, objetos para acessar internet cada vez mais diferentes (como o iPad,o iTablet).

Porém existe uma geração que já está nascendo na modernidade, no conforto de ter que apenas apertar um botão para esquentar a comida, conforto de poder receber e trocar informação e interagir em qualquer lugar. Essa geração já nasceu esperando a novidade. Computador já é coisa do passado. Eles querem sempre mais.
Mas o que fazer com esse mais? Pra que esse mais?

A exemplo de Marcelo Tas, que em uma palestra a estudantes da USP, falou de sua trajetória da faculdade de Engenharia até o CQC, havia uma época em que não se tinha lugar para publicar vídeos, textos, e os estudantes também nem tinham tanta experiência, mas faziam as coisas, “metiam a cara”. “A TV Gazeta foi o meu YouTube" (sobre o primeiro emprego em uma rede de televisão).

Já no tempo de Luiz Nassif, que começou a trabalhar como jornalista há cerca de quinze anos, o leitor, o consumidor de informação, só tinha que acreditar naquele repórter que dava a notícia na televisão, naquele jornal principal de sua cidade, não havia muitos modos de contestar a informação que estava sendo distribuída.

Hoje, o consumidor de informação, ou seja, o leitor, o telespectador, se transforma em um personagem só: o internauta. Qualquer pessoa pode se tornar, também, um distribuidor de informação. E se duvidar, mais confiável até que algum veículo de informação. Um exemplo disso é o Twitter. Todo veículo de informação, nos modernos dias de hoje, tem site. E mais do que isso, tem a mais nova – ou não – ferramenta de comunicação em tempo real: o tal do twitter. Assim, quem atualiza o site, automaticamente atualiza o twitter, jogando na timeline de seus seguidores links de notícias fresquinhas. Vamos pegar como exemplo, o site de notícias da Globo, o G1. O Joãozinho, que é seguidor do twitter do G1, vê uma notícia em sua timeline. Clica no link, absorve o conteúdo e gera um comentário. Retuíta o link para os seus seguidores. Assim, mesmo quem não segue o jornal, vai saber o que Joãozinho está lendo e pensando neste exato momento. Mariazinha segue Joãozinho, viu seu retweet e também leu, absorveu e comentou sobre a notícia. E daí por diante. Na segunda-feira, quando se encontrarem no colégio, toda a turma vai estar por dentro do que está acontecendo no mundo.

Até mesmo os jornais impressos estão participando dessa transição midiática. Ano passado o Jornal de Santa Catarina passou a ter suas notícias parcialmente publicadas no site e também conta com seus colunistas utilizando espaços do site como blog, como os famosos Valther Osterman e Maicon Tenfen

Mas não é só um veículo de informação que gera notícia. Vejamos o exemplo de nosso colega Jaime Batista da Silva. Jaime trabalha como bancário, mas faz coisas que muito jornalista não faz. Jaime usa seu twitter para publicar links que direcionam o leitor ao seu blog, recheado de notícias sobre Blumenau, desde assaltos e mortes até fotos sobre o movimento nos principais cemitérios da cidade no dia de Finados. Jaime vai aos lugares, ele está lá, vendo, fotografando, tornando confiável o conteúdo de seu blog. Esse é só um exemplo de várias pessoas que hoje utilizam a internet como meio de publicar as coisas que vêem e pensam. Coisa que não existia há cerca de 20 anos.

Será que o jornal impresso vai acabar? Sinceramente, eu acho que sim. As pessoas que lêem jornal hoje em dia não vão durar para sempre. A humanidade tende a ir se adaptando às facilidades apresentadas como opção. E se a facilidade a que temos acesso é ler o jornal no aparelho celular, de manhã, debaixo das cobertas, porque não?

Por Bruna Carolina de Souza

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