Por Déia Fernandes

Com orçamento de 9 milhões de reais, já disputando vaga no Oscar 2010, o enredo inspira-se em formato fictício nos atentados de 2006 em São Paulo. É de causar grande impacto o cartaz do filme, onde o nome Salve Geral, está associado à imagem de presos rebelados que seguram uma faixa com a descrição “Paz, justiça, liberdade”
Além de ficção o filme traz uma história de amor,que acontece entre mãe e filho. Lucia (Andréa Beltrão) enfrenta dificuldades financeiras após a morte do marido e é obrigada a mudar de vida. As aulas de piano já não são suficientes para manter a vida que costumava levar.
No Dia das Mães, seu filho, Rafa (Lee Thalor), diz que vai ao cinema com um colega. Ao tentar impressionar uma menina, bate o carro. Confusão, tiros. O amigo é alvejado, ele atira e é preso em flagrante. A vida de Lucia imediatamente muda de rumo. Ela fará de tudo para tirar o filho da cadeia –inclusive se envolver com a facção que acabará, um ano depois, comandando os ataques à cidade de São Paulo.
“Estamos no fio da navalha, há uma linha muito tênue entre o bem e o mal. Em uma cena emblemática do filme, Lucia discute com a irmã e diz: ‘não sou juiz de ninguém’. Até porque, num dia ela está dedilhando um piano e, no outro, dando um tiro de 38”, diz Lúcio Rezende(diretor).
Em sua tentativa de “revelar a realidade”, o cineasta, no entanto, se aproveita de um aglomerado de acontecimentos que dão muito mais dramaticidade ao longa do que propriamente a tal história de amor. Apesar de desconstruir personagens conhecidos do grande público, como o bandido Marcola (Marco Willians Herbas Camacho, acusado de liderar a facção que age nas cadeias) e as autoridades que estavam no governo naquela época, “Salve geral” consegue montar um retrato bem estruturado do que levou aos ataques de 2006, embora se mantenha superficial por sua falta de comprometimento com a realidade e pela síntese de eventos que, na história, acabam perdendo a força.
Em Blumenau ainda não se cogita a apresentação do Longa no cinema, o que deixa os amantes do cinema nacional mais ansiosos.
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