Enquanto uns festejam outros perdem casas

Parece que a tragédia ocorrida no ano passado está longe de ter um fim. A falta de segurança fez com que moradores de um morro na Água Verde resolvessem instalar atrás de suas casas um muro de contenção para acabar com os deslizamentos que deixaram suas casas em situação de risco. Acontece que nos últimos dias o grande volume de chuvas na cidade, juntamente com o peso que o muro de contenção está causando no barranco, acabaram resultando em novos deslizamentos, que atingiram os moradores situados embaixo deste barranco. Dois prédios e duas casas localizadas na Rua Frei Stanislau Schaette foram interditados no domingo, já que sua estrutura foi abalada pelo barro que caiu. Apesar de já serem iniciados os trabalhos para retirada do barro, não há previsão de quando os moradores vão poder voltar para suas casas, porque a defesa civil deve analisar se a estrutura das moradias não foi totalmente abalada e se não oferece riscos para os moradores.

Vale ressaltar que se estes moradores ficarem sem suas casas terão de se juntar aos milhares que aguardam por ajuda do município para adquirir uma nova moradia desde novembro, quando suas casas foram interditadas devido á catástrofe. Como estes moradores já estão cansados de esperar por resultados, um grupo da Rua Coripós fez uma manifestação na frente da prefeitura reivindicando resultados. Coincidentemente o desfile marcado para o domingo foi cancelado e não houve muitos espectadores para a manifestação.

Segundo o Presidente do Parque Vila Germânica, a decisão de cancelar o desfile veio logo as 8h da manha, quando ele e o prefeito da cidade analisaram a previsão de chuva para o dia, mas há quem acredite que o desfile foi cancelado para que os turistas não vissem que o município nada está fazendo nada para ajudar aqueles que continuam sem um teto próprio para morar.

Claro que para agradar os turistas foram gastos cerca de R$ 2 milhões de reais em decoração pela cidade para a Oktoberfest deste ano. Mas mesmo assim a prefeitura diz que não há verbas suficientes para realização de projetos de moradia para os desabrigados, fato que devia ser revisto.

Enquanto eles comemoram os números da festa deste ano que contou até com recorde de publico, muitos choram por não poder voltar para casa há um ano e não terem nenhuma expectativa de vida para os próximos anos, já que suas esperanças foram abaladas quando eles perderam quase tudo o que tinham, e só lhes resta aguardar que o município olhe por eles e comece a planejar projetos voltados para esta população, e não para os turistas.

Por Greisi Kelli