segunda-feira, setembro 14, 2009

A reconstrução começa onde o mito termina

Por Camila Iara Marcos


Na semana passada, conversando com amigos que vieram visitar Blumenau, deparei-me com a seguinte percepção: a cidade é praticamente um mito. É engraçado, mas as pessoas que vêm conhecer Blumenau acabam indo embora com uma frustração triste de se ver. Para eles, a cidade é o ápice do turismo bonito, das pessoas simpáticas e receptivas, da gastronomia peculiar e das melhores festas tipicamente alemãs.



A realidade para quem chega aqui é outra, segundo meus amigos: é tudo muito parado, monótono e absolutamente chato. Não há nada a se fazer, a não ser que você tenha sorte de chegar num dia de sol e possa curtir as belezas naturais da cidade – o que dificilmente acontece, pois, abre aspas, isso aqui é mais cinza do que cabelo de quarentão, fecha aspas.

Sejamos justos: Blumenau não é o lugar mais divertido e agitado do Estado e nem do país. Porém temos, sim, atrativos interessantes. O que contribui para a indolência dos visitantes que não vêm à cidade no mês de outubro é que as pessoas costumam denominar a região como um grande centro de cultura e diversão onipresente. Blumenau está longe de ser uma teia de entretenimento (pelo menos por enquanto), e é dever nosso desmistificar a cabeça das pessoas que se encontram dentro dessa redoma ilusória.

Não faz muito tempo desde que enfrentamos uma tragédia hedionda, que nos enfraqueceu e nos desarmou completamente. Fomos pegos de surpresa. Agora vejo gente de todo canto querendo exigir maravilhas de uma cidade que ainda passa por recuperações? Me poupem, por favor, somos apenas uma cidade. Nós caímos, nós levantamos. Fomos destruídos, moral e geograficamente, mas cá estamos, tentando nos reconstruir. Se a pedida é exigir futilidades absurdas, então serei curta e grossa: abram os olhos e criem alguma vergonha na cara.

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